Pesquisa aponta que 57% das fraudes corporativas são cometidas por funcionários em cargos executivos e que 24% das empresas sofrem com parcerias
No Brasil, o controle corporativo e a prevenção de crises – conhecida como compliance – tem sido aprimorada, mas mesmo assim, ainda precisa evoluir. A forma como uma empresa contrata cargos de gestão e a escolha de empresas para parcerias são pontos chave para evitar possíveis crises internas.
Uma pesquisa efetuada pela consultoria global Protiviti, especializada em gestão de riscos e compliance, traz que todos os casos analisados envolviam um profissional da empresa (sendo que em 57%, estes eram funcionários em cargos executivos). Segundo o estudo, em 24% dos casos, uma empresa parceira conhecida como “empresa vírus” – criada para fins ilícitos – também estava envolvida.
Quais são os cuidados necessários?
Na hora de contratar e/ou fechar parcerias é importante checar o histórico das empresas e/ou funcionários. Esse é o primeiro passo para evitar futuros problemas relacionados a fraude. Verificar questões jurídicas relacionadas a esses terceiros também traz mais segurança no momento de tomar uma decisão.
Segundo os analistas consultados pelo Estadão, o que atrapalha é a falta de mão de obra capacitada e aparato tecnológico para verificar a procedência dos possíveis parceiros. Além disso, a pressão por resultados rápidos também pode levar executivos a escolherem parcerias por preços mais atrativos, por exemplo, o que não necessariamente trará mais qualidade para a relação empresa-empresa.
Impeça as fraudes antes de elas acontecerem
Para os analistas, uma das principais medidas para impedir as fraudes é aprimorar o processo de seleção de funcionários. Apenas o currículo e as experiências prévias não são o suficiente. Deve-se analisar os candidatos, sejam profissionais ou empresas, por meio de testes psicológicos e questionários. Pontos como flexibilidade moral do profissional, visão de ética e a propensão de envolvimento em riscos são alguns dos mais importantes dentro dessas análises.
“Identificamos muitas vezes que existem pessoas que nunca cometeram um ato antiético direto na sua vida profissional, mas a percepção de certo ou errado deles é distorcida. Muitos dizem […] que não pagam propina por medo de serem presos. E isso não é o que esperamos do candidato, queremos que ele diga que nunca fez porque é algo errado”, afirma Antonio Carlos Hencsey, líder de ética e compliance da Protiviti.
De acordo com os entrevistados, o senso comum deturpado é um dos principais motivadores para as fraudes. Isso porque quando um funcionário entende que uma situação errada é comum, pode tornar-se menos responsável, visto que sua percepção sobre a empresa pode mudar, dando vazão a um comportamento menos ético.
Empresas precisam compreender a importância da ética garantir a conservação da companhia ao longo dos anos e também para o bem estar de todos que ali trabalham.
Confira a matéria na integra aqui: Falta de cuidado na escolha de profissionais e de empresas parceiras facilita fraude corporativa