Desde sua criação, a caderneta já chegou a acumular mais de R$ 650 bilhões em um único ano
Mesmo após dois anos de fuga da poupança, no último ano, os depósitos recuperaram ritmo e a caderneta fechou 2017 com a maior captação líquida desde 2014. A soma do valor registrado em dezembro superou as retiradas em R$ 17,126 bilhões. O resultado foi um novo recorde de R$ 724,6 bilhões acumulados.
De acordo dados divulgados pelo Banco Central (BC), a situação atual da poupança foi o resultado da recuperação econômica somada a algumas iniciativas do governo, como:
- Liberação de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
- Liberação do PIS/Pasep para idosos
- Cortes sequenciais de juros
Além disso, a inflação baixa e o aumento de renda registrado no último ano fizeram com que parte da população brasileira retomasse a confiança e voltasse a poupar.
O que fez com que os brasileiros deixassem de poupar?
Talvez uma das melhores respostas para essa pergunta seja: receio. Afinal, houve um ano em que os brasileiros tiveram suas poupanças esvaziadas pelo governo. Em 1990, o PIB caiu 4,3%, a inflação chegou a 1.620% e o Plano Collor confiscou os depósitos bancários e as poupanças do país.
Então, em 2015, quando a crise econômica se mostrou mais forte, houve uma saída de R$ 53,6 bilhões dos cofres das poupanças brasileiras. Em 2016 a ex-presidente Dilma Rousseff foi “impeachmada” e o mercado financeiro sofreu diversas turbulências. Novamente houve saques e mais R$ 40,7 bilhões foram retirados das cadernetas.
O aumento do desemprego e a falta de confiança do mercado na situação político-econômica do país manteve os brasileiros distantes da poupança nos últimos dois anos.
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E agora? Por que a poupança ainda atrai os brasileiros?
Com 157 anos de existência, a poupança é uma aplicação bastante tradicional no Brasil. Parte dessa atratividade se deve a sensação de segurança e de garantias. Também há o fato de essa aplicação ter isenção de imposto de renda. Além dessas características, a caderneta de poupança é uma ferramenta simples e fácil para poupar.
Como a educação financeira ainda não é algo extensamente praticado no país, a certeza de que o dinheiro está seguro e a possibilidade de poder resgatar o valor guardado a qualquer momento mantém a caderneta atraente para os brasileiros.
Mesmo com as mudanças feitas na rentabilidade da poupança, em agosto de 2013, o aumento do emprego, do salário mínimo nacional e com a economia do país mais sólida, o brasileiro têm mais dinheiro para poupar (o que é bom).
Com os juros em queda, fundos de investimentos pagam menos retorno e a poupança volta a ser atraente.
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Escrito por Larissa Moutinho, jornalista MTB 6805, assessora responsável pela comunicação da PHI Investimentos. Foi editora da Revista ADVFN e jornalista da InvestMais. Pós-graduada em marketing e pós-graduanda em finanças.